segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BRIGADAS ESTUDANTIS DE SAÚDE 2010


BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - SUZANO/SP

Por Walter Titz Neto, militante do núcleo Paulo Petry da UJC

Suzano é uma cidade atípica no Estado de São Paulo, com respeito à saúde pública. Durante cinco dias, do dia 09 ao dia 13 de agosto, doze estudantes da Escola Latino Americana de Medicina puderam perceber essa diferença. A cidade tem avançado na implantação de medidas públicas para a saúde, como é o caso da UBSF, Unidade Básica de Saúde da Família, que conta com uma equipe básica de saúde, na qual o médico é apenas um profissional, assim como o enfermeiro, o psicólogo, o agente comunitário, entre outros profissionais.Os estudantes brasileiros vindos de Cuba, entre eles três estudantes do núcleo Paulo Petry da UJC, realizaram um trabalho voluntário junto ao bairro São José, na mesma cidade de Suzano. A UBSF local conta com dois médicos generalistas, um deles graduado em Cuba – outra peculiaridade da cidade.O bairro é habitado por mais de 15 mil pessoas e, apesar dos avanços na área da saúde, ainda são evidentes e marcantes os problemas, como, por exemplo, a comunidade contar com apenas dois médicos generalistas para o já citado número de habitantes – mais de 15 mil! Há muitas casas semi-construídas, quando não destruídas, e o problema com o esgoto, e o mal cheiro, existe em quase todas as ruas.A Brigada Estudantil pela Saúde, BES, de São Paulo notou como é triste a realidade de quem vive a esperar – por dias melhores. Suzano não foge à regra quanto às más condições das moradias, lotadas e a maioria apresentando umidade, nem em relação à frustração dos jovens – cada vez mais perdidos e sem oportunidades em meio aos padrões capitalistas.Mas entre tantas casas, tantas lágrimas e sorrisos, na vontade por ouvir e na ansiedade de falar, aprendemos e abrimos um espaço importante de discussão com a população, expressada na fala da Gerente da UBSF no último dia de trabalho voluntário: “um mundo melhor é possível por meio do socialismo”.A solidariedade trazida desde Cuba, junto à Medicina, encontrou um abrigo no coração da população de Suzano e o “bichinho” do Socialismo começa a fomentar novas paixões. Aos jovens estudantes fica mais uma lição de humanidade desde esse povo brasileiro e a certeza de que a BES – São Paulo deve continuar, com o seu trabalho de promoção e prevenção da saúde, contagiando outras cidades.Viva o povo de Suzano!Viva o povo cubano, solidarizando a esperança!


BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - NORDESTE

por Joelson Santos*

Nós da brigada estudantil de saúde tivemos dois dias na cidade de Carius, Ceará em um distrito chamado Caipu, passamos visitando a comunidade porta em porta coletando dados para analisar e dar soluções.Pra nós estudantes de medicina em Cuba é uma experiência enorme sair de Cuba conhecendo o sistema de saúde cubano e comparar com o SUS, em muitas regiões brasileiras principalmente nas zonas rurais.No eixo socioeconômico percebemos uma grande desigualdade social, muitas pessoas não tem nem uma moradia familiar decente, essas moradias são inadequadas, por exemplo, as casas de taipa é um fator de risco, por que favorece o desenvolvimento de vetores que transmite doenças como chagas. A falta de saneamento falta de banheiro, coleta de lixo tudo isso favorece ao surgimento de muitas doenças. A alimentação é dos requisitos principais para uma boa saúde, mas observamos que nem todas as família podem ter uma alimentação de qualidade por falta de emprego e de uma boa renda para poder comprar o necessário para uma boa dieta. O analfabetismo também é um grande problema de saúde os analfabetos não têm tanto acesso a informações no que muitas vezes os tornam rígidos colaborar na própria atenção primaria.Por outro lado fomos até a cidade para sentir um pouco as diferenças que existem entre os dois lados o que eu de forma diferenciada “saúde do campo e saúde da cidade e/ou urbana”, percebemos que o sistema único de saúde não esta respeitando as diferenças culturais e socioeconômicas, todos os serviços de saúde fazem com que a comunidade se adapte ao posto ou centro de saúde, de onde recebem atenção primaria, isso é extremadamente errado o que deveria ser de tal forma: o serviço de saúde devem se adaptar as comunidades as diferentes realidades, vou citar um exemplo que presenciei aqui em Fortaleza em um centro de saúde, na área de atendimento deste centro existe um morro, periferia da cidade parte mais pobre desta capital, neste morro existem atualmente uma grande rivalidade entre gangues deste mesmo local, resulta que muita gente não podem ir até o centro de saúde porque se o encontram matam só porque fazem parte de outra área, os medico de família dentre eles maioria formados em Cuba e outros profissionais Veterinário, preparador físico e outros que compõem a equipe multidisciplinar assim chamada por eles, resolveram fazer o atendimento domiciliar dentro do morro, onde são respeitados e protegidos pelos próprios moradores, lá previnem, consultam, medicam, acompanham as crianças. Eu entrei e fiz esta analise de que se eles não se adaptassem as questões culturais e socioeconômicas desta comunidade já, mas estariam fazem atenção primaria.Hoje em nosso país a atenção primaria quase não funciona, porque os médicos não querem ser médicos de família do povo, querem seguir no modelos liberal privatista onde tem que andar de branco esta em uma sala com ar-condicionado receitando e curando sem prevenir. Já a atenção secundaria e terciária esta a maior quantidade de profissionais da saúde, porque fizeram da saúde do povo uma mercadoria onde o produto é o povo doente, pra que eles vão prevenir?Por isso não querem aceitar nós médicos formados em Cuba onde a maioria se desafia em trabalhar na atenção primaria da saúde promovendo e prevenindo, lutando contra as desigualdades sociais, por se queremos fazer medicina e dar saúde pra o povo o médicos tem que lutar contra as desigualdades sociais, água tratada para todos, moradia adequada para todos, alimentação saudável para todos, escolaridade para terem profissionais de todos as áreas não só da saúde como da educação e que seja igual para todos. Não sendo assim seremos médicos, mas não faremos medicina.Saúde: por justiça social e soberania popular!
*Joelson Santos, militante do MST/PE e do núcleo Paulo Petry da UJC


BRIGADA ESTUDANTIL DE SAÚDE - PR 2010
Por Otávio Dutra

Do dia 30 de julho ao dia 8 de agosto, um grupo de 12 estudantes de medicina brasileiros da Escola Latino Americana da Medicina e um companheiro argentino estudante de psicologia na Univ. de Córdoba, realizaram uma Brigada Estudantil de Saúde - BES, que trabalhou intensamente em acampamentos e assentamentos do MST no Estado do PR. O núcleo Paulo Petry da UJC esteve presente na atividade com 4 militantes, apoiando e contribuindo na organização da BES, assim como militantes do próprio MST, do MMC e estudantes independentes.Durante os 9 dias da Brigada o intercambio com os militantes do MST foi intenso. Por parte dos estudantes aproximar-se mais da realidade dura e sofrida, com pitadas de alegria e esperança, do campo no Brasil foi um experiência inesquecível e marcante - fundamental para a formação de médicos humanistas e revolucionários. Para o MST a possibilidade de poder contar com os estudantes medicina também foi de grande valor, já que durante os 9 dias os estudantes trabalharam bastante para contribuir na melhoria da condição de saúde das comunidades, fundamentalmente trabalhando a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades.
Viva a Brigada Estudantil de Saúde Sebastião da Maia!
Viva o MST!